sexta-feira, maio 27, 2005




1kg de arroz do bom e 1 pão



quinta-feira, maio 19, 2005



Após se despedir amorosamente do amante, desligou o telefone, deu dois tapinhas na vagina e disse: é hoje!


segunda-feira, maio 16, 2005



O conto que estava aqui era indecente e por isso foi retirado.
(na verdade tirei ele, pois vou enviá-lo para se publicado em outro site)



sexta-feira, maio 13, 2005

Enquanto isso na Bobolândia...


A Papai Bobo chega em casa depois de um dia cansativo de trabalho, e é recebido pela eufórica Menina Boba:

- Papai! Papai! Aprendi uma nova música!
- Foi mesmo minha filha? Quem ensinou, foi sua pró?
- Não, foi meu colego.
- Seu o que?
- Meu colego meu pai, num sabe o que é colego não? - Ela fala com tanta convicção, que por um momento, o pai chega a se questionar, se essa palavra existe mesmo.
- Colego? Não é colega não?
- Ele não é menina não meu pai, é menino, como é que é "colega"? - Como explicar para uma criança de seis anos, que certos substantivos não variam do masculino para o feminino?
- Ele é menino, mas é colega mesmo. Pergunte pra sua mãe.
- É mesmo minha mãe?
- É minha filha.
- Viu? Agora canta a música pr'eu ver.
- Tá, é assim: Beijo na boca, é coisa do passado, a onda agora é, namorar pelado...
- O queeeeeeeeeeeeeee? - Xiii, o tempo fechou lá na Bobolândia...



Victor Az


sexta-feira, maio 06, 2005

"...amar é abanar o rabo, lamber e dar a pata..."
(Cazuza)




Ela lhe deu uma bofetada. Primeiro ele chorou, implorou, disse que a amava. Mas ela nem ligou, respondeu com um: e eu com isso?
Então ele ficou furioso e gritou:
- Vá se fuder sua puta! Tá pensando que é o que? Eu te odeio.
Ela deu lhe deu outra bofetada, e ele ajoelhado, pôs-se a chorar e dizer novamente que a amava.




quinta-feira, maio 05, 2005


se penso, logo existo
se não penso, sub existo
sou anticristo
sou Mefisto

hei de arder no
inferno da ignorância



sexta-feira, abril 29, 2005


- Eu te amo! - disse ela com os olhos brilhando.
- E eu com isso? - respondeu ele, sem olhar para ela.



quarta-feira, abril 27, 2005

Toco de Mim - Parte II

Boca na Boca


Sua boca quente, percorria toda a vagina, o corpo dela se contorcia lânguido sobre a cadeira, ele parecia que a ia engolir, provava dela e sorria, os gemidos percorriam todo o quarto, enquanto ele a puxava para junto de si, suas mão fortes apertavam a cintura, sua língua penetrava na vagina, ela dobrou os joelhos, abriu as pernas o mais que pode, apertou a cabeça dele contra seu corpo, e gozou, gozou como nunca havia gozado antes...

Continua...



sexta-feira, abril 15, 2005

Sobremesa Sobre a Mesa


Um dia de trabalho

Rosto cansado

Corpo nem tanto

Chave na porta

Casa escura

Luz de velas

Cheiro de comida boa

Jantar surpresa!

Vestido novo

Perfume novo

Beijo demorado

Banho rápido

Comida muito boa

Trilha sonora

Johnny Rivers cantando A Whiter Shade of Pale

Ela caprichou!

Conversa leve

Sorrisos descontraídos

Olhares provocantes

O que tem para sobremesa?

Beijo voluptuoso

Mordida na orelha

(Sinal de "eu quero")

Roupas rasgadas

Adeus vestido novo!

Mesa também é cama?

Corpos nus

Mão boba

Dedo atrevido

Gosto de corpo

Cheiro de pele

Boca porca

Língua mais ainda

Etta James cantando Stormy Weather

Barba rala espeta coxa lisa

Boca suja fala frase suja

Boca suja chama boca porca

Boca porca beija boca suja

Carne dura em carne mole

Corpo colide contra corpo

Gemidos!

Corpo colide contra corpo

Boca suja fala frase suja

Corpo colide contra corpo

Gemidos!

Corpo colide contra corpo

Boca suja fala frase mais suja ainda

Corpo colide contra corpo!

Corpo colide contra corpo!

Corpo colide contra corpo!

Gritos!

Corpo colide contra corpo!

Corpo colide contra corpo!

Corpo colide contra corpo...

Sussurros

Corpo descansa sobre corpo

Boca porca beija boca suja

Boca suja sorri

Billie Holiday cantando My Funny Valentine...



terça-feira, abril 12, 2005

Boa Noite


Maria está sentada na cama, com um copo dágua na mão direita e quinze comprimidos na mão esquerda.

Maria está sentada na cama, com um copo vazio na mão direita e um porta-retratos na mão esquerda.

Maria está deitada na cama, com o braço direito sobre o espaço vazio ao seu lado, e a mão esquerda sobre o peito.

Maria está dormindo agora, dormindo, dormindo, dormindo... sonhando, para nunca mais acordar.


Boa noite Maria.

sexta-feira, abril 08, 2005

Toco de Mim - Parte I


Provocação

Ela estava em casa sozinha, trabalhando em frente ao computador, quando ele surgiu do nada e beijou seu pescoço. Ela se assustou e olhou para trás, ele sorriu e beijou novamente, deixando-a meio sem jeito, porém nitidamente excitada. Ele percebeu e se ajoelhou entre as pernas dela, alisou suas coxas e, va-ga-ro-sa-men-te suspendeu a saia que ela usava, deixando sua calcinha branca a mostra, em seguida a segurou pela cintura e beijou sua barriga, ao sentir os lábios dele tocando novamente sua pele ela gemeu baixinho, inclinou-se sobre a cadeira, baixou ligeiramente a calcinha e, pediu para ele prová-la...

Continua...


quarta-feira, abril 06, 2005


A novela da minha vida
Capitulo 16


Para a moça com nome de remédio


Acho que era um sábado, pois fazia muito sol, não sei porquê, mas sempre associo o sábado a um dia de sol. Ela estava tão bonita naquele dia, calça jeans, blusa branca (pelo menos é assim que me lembro), batom vermelho nos lindos lábios.

Talvez eu já estivesse apaixonado por ela, ou então só tenha ficado depois, o que é bem normal, pois sempre tive essas "Paixonites Repentinas", pena que nunca sou correspondido, dessa vez então... mais difícil ainda.

A moça era amiga de minha mãe, e estava sempre na casa da minha avó, não lembro como era seu nome, mas recordo que parecia nome de remédio.

Naquele dia ela ficou na casa de minha avó a manhã inteira e, no início da tarde foi embora, minha mãe foi com ela até o ponto de ônibus e me levou junto, antes de partir ela se despediu, sorriu e me beijou. Eu tinha sete anos e aquele foi meu primeiro beijo.

Ainda lembro do cheiro do batom dela em minha bochecha.




quinta-feira, março 31, 2005

O Anjinho


A pequena Carol estava doente, ela tinha apenas quatro anos e era a filha única da Dona Maria. Jáfazia três dias que ela havia adoecido, começou com uma febre, mas logo apareceram os enjôos, a moleza no corpo, a garotinha nem reconhecia mais a mãe. Seu pai era caminhoneiro e estava viajando, a Dona Maria não sabia mais o que fazer, elas moravam no interior, longe de tudo e de todos.

Como não houve melhora, desesperada Dona Maria resolveu levar a filha para ser cuidada na cidade mais próxima, a quase 7 horas de viagem, as duas foram de ônibus, ànoite e estava muito frio, Carol passou o tempo todo enrolada num cobertor, deixando de fora apenas uma parte do seu rostinho pálido e angelical, nesse período ela nem abria mais os olhos, já estava bem fraquinha, sua mãe ia rezando o tempo todo, pedindo para Deus ajudar sua filhinha, às vezes tentava conversar com a menina, mas a coitada não esboçava mais nenhuma reação.

Elas chegaram na cidade pela manhã, Dona Maria pegou um táxi e foi direto para o hospital, já entrou gritando e chorando, pedindo para alguém cuidar da sua filha, dois enfermeiros apareceram e tomaram a menina dos braços da mãe, ela perguntou se a menina iria ficar bem, mas eles nada responderam, pois, notaram que a garota já estava morta.


segunda-feira, março 28, 2005

Domingo à noite

Ele quer escrever
Ela quer dormir

Ele quer ouvir música
Ela quer conversar

Ele quer ficar sozinho
Ela quer ficar com ele

Ele quer tanta coisa...
Ela quer tão pouco!

Ele quer ser feliz
Ela já é.


quinta-feira, março 17, 2005

Manchete de Jornal



Pela última vez.

Naquela noite ele chegou como sempre: Cara enfezada, olhos vermelhos e cheiro de álcool no corpo, ela estava cansada como sempre, cansada de ser dona-de-casa, cansada do marido, cansada da vida...mais uma discussão, gritos, ameaças, agressão. "Vou embora", disse ela. "Eu te mato", disse ele. Ela ficou com medo, medo de morrer, medo de ficar sem os filhos, isso tinha que acabar!

Amor, ódio, morte e uma picareta.

Ela esperou ele dormir, pensou bem no que iria fazer, olhou o marido mais uma vez, queria saber se ele realmente estava dormindo, saiu do quarto, foi até o quintal, pegou a picareta, voltou, ele dormia, seu corpo estava ali na frente dela, frágil, a vida dele lhe pertencia, ela ergueu a picareta, pensou em todo sofrimento pelo qual já havia passado por causa dele, lembrou da dor, do medo, até que não existia nada dentro dela além do ódio. Um golpe! Metal contra ossos, um crânio partido. Outro golpe! Metal contra carne, sangue, vida, morte.

Da ira ao desespero.

Acorda meninos!! Acorda!! O que você faria logo depois de matar o seu parceiro? Ela fugiu, fugiu com seus filhos, fugiu sem destino, fugiu para mundo, sem direção, não sabia o que fazer, ninguém podia ajuda-la, estava desesperada, procurou ajuda onde menos se imaginava, ela chamou a policia, eles chegaram, eles a levaram, ela foi presa. Presa porque cansou de ser humilhada, presa porque cansou de ser espancada, presa porque disse basta, presa porque matou. Porém, apesar de tudo isso, ela se sente livre.



terça-feira, março 15, 2005

O Menino Onomatopéia


Minha mulher disse,
Que a mãe dele disse,
Que o pai dele disse,
Que o registrou com esse nome,
Por causa do barulho
Que um sapo fazia,
No quintal da casa deles,
Quando o menino ainda
Estava sendo gerado.
O sapo coaxava:
Ueberte! Ueberte! Ueberte!
Por isso o garoto se chama:
Webert!

Registraram o coitado
Com a onomatopéia da voz do sapo

Fico pensando... e se fosse um bode?
Béééééééééééééééééééééé!
O garoto se chamaria
Albéééééééééééééééééééééérto?

E se fosse uma vaca?
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
O menino seria
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuurilo?

E se fosse um cão?
Au! Au! Au!
Seria
Mauauaurício?

Já pensou se fosse um galo?
Co-co-ri-cóóó!
Cocoriclóóóvis???

Sabe de uma coisa?
Ainda bem que foi um sapo!


sexta-feira, março 11, 2005

Pedaços


...Juan acordou chorando
no meio da tarde, sua mãe ouviu
e correu para o consolar,
Maria entrou no quarto e o
abraçou forte, ainda chorando,
Juan pediu que a mãe lhe cantasse
uma música...


...Logo em seguida o
carro-bomba explodiu...


...Pedaços de ódio voaram
para todos os lados, pedaços de
concreto voaram para todos os lados,
pedaços de vida voaram
para todos os lados...


...Maria se arrasta ensangüentada
por entre os escombros, ela
canta baixinho e, morre abraçada com
o que restou do corpo do seu filho...


segunda-feira, março 07, 2005

Uma cova para mim



Eu morri, acho até engraçado dizer isso, pois até anteontem à noite eu estava vivo, não tenho certeza, mas acho que se eu não tivesse passado naquela livraria ao sair do trabalho, não teria tropeçado em nenhum degrau, não teria caído, não teria batido a cabeça e nem teria uma morte fulminante como falou o médico, dizem que na história não existe o se..., na vida também não, por issoprefiro não pensar muito no que aconteceria se eu estivesse vivo, além disso, morrer até que não é tão ruim. Não preciso mais acordar cedo para ir ao trabalho, nem tenho que pagar contas no final do mês. Posso ver tudo agora, enxergo o interior das pessoas, nesse momento minha família está chorando, essa parte é bem triste, porém existe um lado bom, pois já havia anos que todos meus familiares não se reuniam, agora estão juntos, chorando por mim, pelo jeito eu era bem querido, minha prima Eliana está linda nesse vestido preto, parece que finalmente encontrou um regime que funciona, ah, o Ricardinho também veio, não acho legal trazer crianças num enterro, mas ele já é um homem como costuma dizer, alem disso, insistiu tanto que tiveram que trazê-lo, vou sentir saudades de jogar vídeo game com esse danado, até meu tio Anísio apareceu, ele não se dá muito bem com minha mãe, desde a morte de meu pai, ela o culpou pelo acidente, afinal foi o Anísio que dirigia o carro, mas todos nós sabemos que ele não teve culpa alguma, minha mãe apenas descontou nele sua raiva por ter perdido o papai.
Hoje a mamãe queria me enterrar no mesmo cemitério em que meu pai está, ela acha que eu iria ficar feliz estando ao lado dele, no entanto minha mulher preferiu outro, que é mais bonito e lembra um jardim, como eu adorava cultivar a horta que tínhamos na casa lá do interior, ela acredita que eu gostarei mais daqui, o curioso é que nem na minha morte elas concordaram em alguma coisa, mas eu realmente não sei em qual dos cemitérios seria melhor, já estou morto mesmo, que diferença vai fazer? Durante meus três anos de casado, sempre pensei em ter um filho com minha mulher, mas preferimos esperar, um pouco, não sei se foi certo ter esperado, seria bom ter uma cria, um filhote meu, talvez se eu fosse pai, nem estivesse morto agora, os seres vivos só estão na terra para perpetuarem a espécie, como não fiz isso, acho que a Dona Natureza deve ter pensado: Esse ai não tem serventia nenhuma para mim, vou dar um fim nele, e então: Pluft! matou-me, ah, ela bem que poderia ter caprichado mais no meu fim, poxa, morrer de uma queda de uma escada comapenas quatro degraus? Se fosse uma escadaria enorme pelo menos, mas quatro degraus? Acho que se acontecesse com outra pessoa, minha mulher estaria rindo agora, ela possui um ótimo senso de humor, vou sentir falta dela, das suas gargalhadas, ela veio hoje para o enterro com o vestido azul escuro que usava quando nos conhecemos, lembro muito bem daquele dia, ela estava linda e sorridente como sempre, foi paixão a primeira risada, como ela costuma dizer, hoje também estou vestido com uma roupa especial, smoking, compramos para ir a uma festa, porém acabamos nem indo e o smoking ficou guardado, eu dizia sempre que só iria usá-lo quando morresse, queria ser um morto chique, ela não esqueceu, e hoje sou um morto chique! Mas agora tenho que ir, meu enterro está no fim, já irão me por dentro da cova, chegou a hora de descansar em paz, tchau, nos falamos de novo quando vocês morrerem também.


sexta-feira, março 04, 2005


A novela da minha vida
Capitulo 15


Quadrilha Junina. (para a garota que não sei o nome)


Você já teve uma grande paixão quando era criança, dessas que fazem agente ficar olhando para o nada, com cara de bobo? Eu já, foi na minha longínqua infância, não sei o seu nome, de onde ela veio, nem pra onde ela foi, apenas lembro dela e da semana em que passamos juntos, da semana que ela foi minha e eu fui dela (ou quase isso).


Viva a São João! (e a pró Lucidalva também!)

Estávamos no mês de Junho, mês das laranjas, dos milhos, dos amendoins e das festas juninas, minha professora Lucidalva (outro grande amor da minha vida), resolveu fazer uma quadrilha de São João com os alunos dela, então foram organizados os pares, eu fiquei de fora, pois não quis participar (a dona timidez não deixou), porém eu toparia se meu colega Angelito não tivesse escolhido minha grande paixão para dançar, acho que foi amor (de criança) à primeira vista, eu não conhecia aquela garota, acho que era de outra sala e só foi incluída na quadrilha, para completar os pares, mas isso nem importava, pois eu estava apaixonado.


Angelito não sabe dançar! (Lá lá lá lá lá, bem pouco!)

Os ensaios para a apresentação da quadrilha eram feitos dentro da sala, eu assistia todos e morria de inveja do Angelito, na verdade não sentia muita inveja, pois ele dançava muito mal e sempre errava os passos, de tanto errar a professora resolveu tirar ele da quadrilha. (na verdade ele é que pediu para sair, mas prefiro dizer que foi expulso, pois faz eu me sentir vingado). Advinha quem ela chamou para dançar com a minha paixão? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu? Eu! Yeeeeessssssssssssssss!


E com vocês: O parceiro Alex! (Xiii, ela é mais alta do que eu!)

Ela estava linda naquele dia, a pele macia, os cabelos loiros, suas mãos estavam quente e eu estava no céu, como assistia todos os ensaios, já havia decorado os passos da quadrilha, por isso comecei a ensaiar no mesmo dia em que o Angelito saiu (expulso), foi lindo, poder dançar com minha paixão, sentir os dedos dela escorregarem pelos meus, olhar nos olhos dela, bem isso eu não fiz, pois ela era mais alta do que eu, mas pude dançar olhando a sua boca que também era linda, ah, que boca linda tinha ela...


Chegou o dia da apresentação (Mamãe pra que esse lápis?)

Camisa de quadrinhos, chapéu de palha, calça jeans com retalhos de tecido colorido costurados nas pernas e, é claro: barba, costeletas e bigode desenhados no meu rosto com lápis delineador. Era assim que eu estava vestido (eca!). Eu proibi minha mãe de me ver dançar a quadrilha, ficaria com vergonha se ela estivesse lá me olhando durante a apresentação (mas ela foi escondida e viu tudo), por isso, fui sozinho para a escola nesse dia, lembro da sensação de estar sendo observado por todo mundo, por causa da barba pintada em meu rosto, mas quando cheguei na escola passou (meus colegas estavam ridiculamente pintados como eu).


Olha a quadrilha! (E agora? Meu chapéu caiu!)

A apresentação foi um sucesso, não erramos nenhum passo, fizemos tudo certinho, ou quase, meu chapéu caiu quando eu estava dançando, eu não sabia se soltava a mão de minha paixão e pegava o chapéu, ou se terminava a apresentação sem ele, achei melhor pegar, dei sorte que não atrapalhou em nada e terminamos a apresentação aplaudidos de pé (mesmo porque, não havia cadeiras para sentar). E foi assim que minha paixão foi minha pela primeira e única vez, não lembro dela no dia seguinte, não lembro nem do dia seguinte, mas desse nunca vou esquecer.






quinta-feira, março 03, 2005


"...Maria se arrasta ensangüentada por entre os escombros, ela canta baixinho e, morre abraçada com o que restou do corpo do seu filho..."

terça-feira, março 01, 2005



Hades

Eu quero morrer.
E que minha morte
Seja bem lenta,
Prazerosa e violenta.
Eu quero morrer queimado,
Em fogo bem quente,
E quero sentir as chamas
Abrasando minha pele.
Eu quero arder,
Ser envolto em labaredas,
Carbonizar de prazer
E virar um monte de cinzas,
Sobre os pêlos do teu sexo.


sexta-feira, fevereiro 25, 2005

7...6...5...4...3...2...1...FIM.



Maria tem 37 anos, é solteira, não tem filhos, não tem ninguém, mora sozinha no sétimo andar de um apartamento alugado, tinha um cachorro que lhe fazia companhia, mas ele morreu, ela sofre de depressão, por muitas vezes pensou em se matar, mas nunca teve coragem, hoje, depois de refletir muito, ela resolveu acabar com sua vida inútil - Por que continuar viva? Não farei falta a ninguém - pensa ela. Maria sobe na janela do seu quarto e olha para o horizonte, dá para ver o mar dali, ela hesita um pouco, pensa em não pular, olha para trás, vê o quarto vazio, a cama de solteiro que ela acha enorme, os ursinhos de pelúcia, a solidão... então ela dá adeus a tudo, e pula:

Para Maria sua queda parece ser em câmera lenta, é como se o tempo parasse só para ela aproveitar seus últimos momentos de vida.

Ao passar pelo sexto andar, ela recorda do seu primeiro dia na escola, ela lembra o quanto chorou, lembra como ficou feliz quando reencontrou sua mãe no final da aula, então ela sorri, pois sabe que sua mãe a estará esperando novamente.

Quinto andar: A primeira paixão, Eduardo nem deve mais lembrar dela, mas foi com ele que aconteceu o primeiro beijo da Maria, onde será que ele anda? Será que é feliz? É o que ela não pára de se perguntar.

No quarto andar Maria lembra que não pintou as unhas essa semana - Será que alguém vai notar que estou com as unhas feias? - pensa a vaidosa suicida.

A três andares do final Maria pensa no Mike, seu cãozinho poodle que morreu atropelado: Para onde vão os cães quando eles morrem? Acho que ficam no céu esperando os donos com o rabinho balançando.

Segundo andar: - O horizonte está lindo hoje, nunca achei o mar tão belo, será que já estou no paraíso? Ou seria mais um dos meus delírios?

Primeiro andar: ÊXSTASE! Não há mais pensamentos, não há mais nada, só êxtase.

Térreo: Maria tinha 37 anos, era solteira, não tinha filhos, não tinha ninguém, ninguém.


sexta-feira, fevereiro 18, 2005

A Noiva da Estação



Maria olha para o relógio na parede e, percebe que já está quase na hora, então, ajeita o cabelo, o buquê, o véu, o vestido, retoca o batom. Ela ouve o barulho do trem e sorri, as pessoas na estação a olham com curiosidade, alguns se afastam, outros cochicham, enquanto que as crianças ficam apontando em sua direção, porém, ela não vê nada disso, pois só tem olhos para o trem que se aproxima. 

O trem pára, o coração dela bate acelerado, os passageiros começam a descer, ela procura desesperadamente pelo rosto dele, procura, procura, mas não encontra, ele não veio. Prometeu que um dia voltaria, que desceria na estação, que iriam se casar, que teriam vários filhos, que seriam felizes para sempre. Porém, nunca mais apareceu. 

Maria retorna mais uma vez para casa, sem reencontrar seu grande amor, sem sorriso no rosto. Ela olha para trás, vê o trem indo embora... Maria faz isso todos os dias, hávinte e cinco anos, e nunca desiste, pois um dia ele vai voltar, um dia ele vai voltar, um dia...


terça-feira, fevereiro 15, 2005

Mel


Ela dorme
Usando apenas uma camisa,
A mesma que me deu de presente, no último aniversário,
Sua perna, lisa e branca, está enroscada em minha cintura,
A cabeça recostada em meu ombro,
O braço sobre meu peito.
Seguro sua mão,
E sinto o metal dourado em seu dedo.
Naquele instante,
Naquele mísero instante,
Eu sou feliz.



quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Poesia do cotidiano II


Ela sonha agitada ao meu lado,
Acorda assustada e me abraça forte,
Sinto seu coração batendo acelerado,
Seu corpo suado e trêmulo:
- Promete que nunca vai me deixar?
Digo apenas, sim.
E ela volta a dormir,
Chorando baixinho sobre meu peito.

Em noites como essa, eu quase acredito no amor,


Quase.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Amargo


Tudo bem
Eu reconheço
Sei que sou frio
Sei que sou amargo
Não queria ser assim
Pois ser doce é muito bom
Mas o mundo está mudando
E os doces vão morrer primeiro
Não enxergam o mundo como ele é
Para eles tudo é poesia, tudo é melodia
São gostosos de provar, saborosos pra comer
Serão os primeiros a tombar, os primeiros a sofrer
Por isso eu prefiro ser amargo, padecerei menos
Além disso, eu vejo o mundo sem maquiagem
Sei que existem muitas coisas erradas por ai
E também sei que elas não vão mudar
Mas não posso ser indiferente a tudo
Por isso, faço minha parte: critico
Enfio meu dedo nas feridas
Mostro os erros que vejo
Talvez não resolva
E nada mude
Talvez


segunda-feira, janeiro 31, 2005

A Difícil Arte de Morrer



Maria quer se matar
Mas ainda não decidiu como
Já pensou em tomar veneno
Mas este mata devagar
E a Maria quer morrer logo
Um dia resolveu que se suicidaria com um tiro
Mas ela não tem arma
Chegou até a pensar em comprar uma
Mas ela não possui porte
Achou que poderia conseguir com algum bandido
Mas seria crime
E Maria quer morrer
Mas não quer ser criminosa
Pular da janela do apartamento seria uma boa idéia
Mas poderiam achar que foi acidente
Então todos diriam:
Coitadinha da Maria
Escorregou lá de cima e caiu
Tão jovem...
Maria não quer que tenham pena dela
Ela quer se matar!
Um dia resolveu que iria fumar
Se desse sorte
Poderia adquirir um câncer e morrer
Mas o cigarro a deixou com os dentes amarelos
E um hálito horrível
Então ela desistiu
Morrer enforcada está fora de cogitação
O morto fica com marcas horrorosas no pescoço
E Maria que ser uma morta bem bonita
Também não vai cortar os pulsos
Ela acha que é coisa de maluco
E não quer ser confundida com uma louca
Suicida sim
Louca não!
Uma vez ela quase se atirou na frente de um carro
Mas na hora H desistiu
Achou que não daria certo
Ela podia não morrer e ficar paralítica
Ou o motorista poderia ser dos bons e desviar
Já pensou também em se afogar
Mas na piscina sempre tem alguém por perto
E no mar ela tem medo
Uma vez ela viu uma mulher se matar em um filme
A mulher se eletrocutou
Jogou um secador na banheira em que tomava banho
Maria queria imitá-la
Mas não possui banheira
E seu secador está quebrado
É por todos esses motivos que Maria continua viva
Mas ela quer se matar



sexta-feira, janeiro 28, 2005


"Eu vi a cara da morte e ela estava viva"
(Cazuza)


Sob todas a cores

Eu era criança, porém lembro que o carro era amarelo, o garoto era branco e tinha cabelos negros, seu sangue vermelho escorria sobre o asfalto cinza e quente, minha mãe tentou me impedir de ver tudo aquilo, mas eu vi, eu vi a vida dele se esvaindo sob todas aquelas cores, vi a morte chegar, flutuando debaixo do céu azul, porém, não sei qual era a cor dela, não sei, infelizmente um dia hei de saber, todos vamos, todos.



quinta-feira, janeiro 27, 2005


Ela chega em casa

Tira a roupa
Entra no boxe
Liga o chuveiro
Olha a água cair
Pensa nele
Molha os pés
Pensa nele
Molha o corpo
Passa o xampu
Espera um minuto
Enxágua o cabelo
Passa o creme hidratante
Espera dois minutos
Enxágua o cabelo
Passa o sabonete
Passa o condicionador
Espera dois minutos
Enxágua o cabelo
Enxágua o corpo
Desliga o chuveiro
Sai do boxe
Calça o chinelo
Pega uma toalha
Enrola na cabeça
Pega outra toalha
Se enxuga
Veste um roupão
Vai para o quarto
Senta em frente ao espelho
Passa o creme para rugas
Passa o creme para os seios
Passa o hidratante para as pernas
Seca o cabelo
Prende o cabelo
Tira o roupão
Veste a calcinha
Veste uma blusa
Deita na cama
Pega um livro
Tenta ler
Desiste
Pensa em ligar pra ele
Desiste
Liga a tv
Programa para desligar em uma hora
Fecha os olhos
Pensa nele
Vira pro lado
Pensa nele
Vira pro outro
Pensa nele
Resolve assistir a tv
Dorme
Sonha com ele
A televisão desliga




terça-feira, janeiro 25, 2005

No dia em que eu for...

No dia em que eu for embora
Não quero pranto
Nem rostos tristes
Não quero dor
Nem lamentações
Eu quero sorrisos
Muitos sorrisos
E quero sol!
Nada de dia choroso
No dia em que eu for embora
Não use preto
(A menos que fique muito sexy em você)
Sorria pra mim
Pense em uma coisa boa
Dê-me um beijo
Diga adeus e seja feliz.



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