sexta-feira, fevereiro 18, 2005
A Noiva da Estação
Maria olha para o relógio na parede e, percebe que já está quase na hora, então, ajeita o cabelo, o buquê, o véu, o vestido, retoca o batom. Ela ouve o barulho do trem e sorri, as pessoas na estação a olham com curiosidade, alguns se afastam, outros cochicham, enquanto que as crianças ficam apontando em sua direção, porém, ela não vê nada disso, pois só tem olhos para o trem que se aproxima.
O trem pára, o coração dela bate acelerado, os passageiros começam a descer, ela procura desesperadamente pelo rosto dele, procura, procura, mas não encontra, ele não veio. Prometeu que um dia voltaria, que desceria na estação, que iriam se casar, que teriam vários filhos, que seriam felizes para sempre. Porém, nunca mais apareceu.
Maria retorna mais uma vez para casa, sem reencontrar seu grande amor, sem sorriso no rosto. Ela olha para trás, vê o trem indo embora... Maria faz isso todos os dias, hávinte e cinco anos, e nunca desiste, pois um dia ele vai voltar, um dia ele vai voltar, um dia...